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(série#2)

Em expressiva dinâmica cinematográfica, os dípticos de Dina Gimenez captam momentos da pulsante transitoriedade do Largo do Intendente, manifestando-se em parte num jogo de contrastes, numa combinação antitética que convoca o espectador a uma terceira e múltiplas leituras. Numa linguagem a um tempo simbólica e abstracta, o devir pronuncia-se em ausência e nostalgia, em padecimento e esperança, em frieza e volatilidade, em invocação e cintilância. É um devir introspectivo, que apela à contemplação de rasgos de vazio que turvam a alma, de opacidade que esventram alentos, mas também à admiração do novo por achar, da luz entreaberta, da palavra redentora... um devir que, em profundura, demanda e se busca render à essência que no âmago de todo o ser lateja.

Sandra Neves Silva
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